DISPUTATIO - TÓPICO - APTIDÃO


Aptidão


COMO PODEMOS EXPOR?
A sobrevivência dos mais aptos a um determinado ambiente implica que este indivíduo produzirá mais descendentes que seu competidor, disseminando seus traços favorecidos.
COMO PODEMOS QUESTIONAR?
Os mais aptos na teoria de Darwin são os que sobrevivem em um determinado ambiente, logo são os sobreviventes. Então a frase “sobrevivência dos mais aptos” significa apenas sobrevivência dos que sobrevivem, o que é uma tautologia. Se aptidão = sobrevivência como pode a Seleção natural ser uma força criativa?

O naturalismo ético inaugurado por Darwin fez da moral algo dependente da natureza humana mas sem indicar em que forma. E mais, as explicações evolutivas acerca das condutas denominadas altruístas (se considera tecnicamente assim uma conduta de todo indivíduo que investe recursos próprios para maximizar a aptidão adaptativa de outro) tropeçaram muito cedo, já na obra de Darwin, com certas dificuldades acerca de como a seleção natural poderia favorecer dita estratégia. Como se sabe, a seleção natural maximiza a aptidão do indivíduo. Por conseguinte, isso levou a pensar que, se um indivíduo possui a tendência a renunciar a sua aptidão em favor de outro, é provável que seja eliminado pela seleção natural.

COMO PODEMOS ENTENDER ISSO?


KARL POPPER já havia a clara percepção do erro de definir “o mais apto” apenas como “o que sobrevive”. O que acontece é que, em cálculos de genética quantitativa, a “aptidão” é sempre medida pelo número de descendentes. Mas é um erro sério confundir o significado de um termo com a maneira de medi-lo. Vejamos uma analogia: postula-se a existência de uma qualidade humana chamada “inteligência”, medida quantitativamente pelo teste de QI. Mas há muito mais dimensões no termo “inteligência” do que um teste de QI se propõe a quantificar, tais como a capacidade de apreender e organizar dados, capacidade de resolver problemas e empenhar-se em processos de pensamento abstrato etc. Da mesma maneira, há muito mais envolvido em ser o mais apto do que simplesmente a sobrevivência evolucionária. Popper inicialmente aceitou a caracterização quantitativa de alguns geneticistas como se fosse uma definição e embarcou em uma canoa furada! Façamos um pequeno parêntese para relembrar um ponto fundamental. A evolução por seleção natural depende de dois processos distintos: a geração aleatória de diversidade (“o acaso”) e a persistência evolucionária dos indivíduos mais adaptados (“a necessidade”). Como colocou brilhantemente meu guru Stephen Jay Gould, “a variabilidade propõe, a seleção natural dispõe”.

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